terça-feira, 28 de junho de 2011

Profissão: Psicomotricista

Alunas autoras: Ivna Melo Gonçlves e Maria Leidiane Mendes Pereira

Essa entrevista foi proposta com o objetivo de conhecer um pouco sobre o universo desse profissional, passar mais informações sobre como é a psicomotricidade na escola, bem como a sua importância nas fases motora e cognitiva, e também como ela pode influenciar no processo de aprendizagem da criança.

A psicomotricidade é um fator essencial e indispensável ao desenvolvimento global e uniforme da criança, visando ao conhecimento e ao domínio do seu próprio corpo. A partir da entrevista que fizemos com a professora Graziele em uma escola particular de ensino infantil pudemos perceber a importância da psicomotricidade na escola. Ela é formada em Educação Física, especializada em educação física escolar e está fazendo especialização em psicomotricidade na Universidade Estadual do Ceará. Trabalha há um ano e meio nessa escola como psicomotricista.

Durante o processo de aprendizagem, os elementos básicos da psicomotricidade são utilizados com frequência. O desenvolvimento do Esquema Corporal, Lateralidade, Estruturação Espacial, Orientação Temporal são fundamentais na aprendizagem. De acordo com a professora, sem esses elementos, a criança poderá ser prejudicada e não terá uma boa aprendizagem. Através de atividades motoras a criança aprende com segurança o reconhecimento do seu corpo e desenvolve a sua autonomia, noção de regras e o contato físico com os outros, muito importante para seu convívio social.

A partir dessa entrevista chegamos à conclusão que a psicomotricidade, oportuniza as crianças condições de desenvolver capacidades básicas, como aumentar o seu potencial motor, utilizando o movimento para conseguir alcançar de forma mais elaborada, aquisições que marcam conquistas importantes no universo emocional e intelectual.


Entrevista
1- O que é a psicomotricidade para você?
“É um trabalho voltado para o desenvolvimento físico e mental, através do lúdico. O que proporciona o aprender e o desenvolvimento com mais absorção e segurança.”

2- Como surgiu o seu interesse por psicomotricidade?
“Na faculdade, como disciplinas como essas que vocês estão estudando. Porque além de trabalhar aqui, sou professora de dança e ballet, e tenho maior afinidade com crianças, adoro trabalhar com elas.”

3- Como você vê a psicomotricidade desde o inicio ate hoje?
“Vejo que só avançou. Acredito que os estudiosos como vocês conhecem Piaget, Wallon e Vigotsky, contribuíram bastante com suas teorias sobre o desenvolvimento da criança, suas fases. O que proporcionou mais interesse para as pessoas estudarem a psicomotricidade e com isso estamos ganhando espaço.”

4- Como se dá as aulas?
“Faço planejamento, no inicio do bimestre o primeiro passo é o reconhecimento da criança e do seu corpo. Depois as aulas vão acontecendo de acordo com o desenvolvimento da turma. Também recebo casos específicos como crianças com deficiência (autismo, síndrome de down e atrofia muscular) onde é necessário uma maior atenção e diferenciação das atividades.”

5- Você tem algum espaço específico aqui na escola?
“Trabalho em diferentes espaços da escola, poder ser aqui na brinquedoteca, ou na sala de aula mesmo, no pátio. Aqui (brinquedoteca) não é muito bom, porque tem muitos brinquedos que chamam a atenção deles e isso desconcentra. Mas depende muito da aula.”

6- Você acha que o brincar está acabando?
“Um pouco. Por causa da tecnologia e isso prejudica no seu desenvolvimento motor. Já vi casos de crianças aos oito anos não saber correr! Um dia trouxe o “pega-varetas” e eles não sabiam o que era, todos adoraram!”

7- Quem tem aulas de psicomotricidade pode ter uma diferença de desenvolvimento motor e cognitivo, em relação à criança que não tem?
“Com certeza. Eu vejo a diferença, a criança que tem aulas de psicomotricidade tem mais facilidade em se locomover e se expressar. A que não tem eu até consigo reconhecer alguma dificuldade motora e também para se relacionar com outras crianças.”

8- O que você trabalha especificamente nas crianças?
“Atividades psicomotoras como equilíbrio, coordenação ampla e fina, noções de espaço temporal, noções de corpo, ritmo e tonicidade.”

9- Qual a sua opinião a respeito do reconhecimento do profissional da psicomotricidade na escola?
“É uma área muito difícil. Existem poucas escolas que contratam, pois não existe uma lei que obrigue a contratar. A psicomotricidade é muito confundida com recreação, acham que é apenas para brincar. Então muitas escolas fazem da própria professora de sala ser um. Mas tenho certeza que um dia isso vai mudar.”


Pensando o corpo

Alunas autoras: PRISCILLA DE AQUINO FERNANDES E CELLINE MARIA SOUSA ARAUJO

O que se pode ver na sociedade atual é que o corpo está mais voltado para o físico sem levar em conta o mesmo como inteiro; que sente, vê e pensa. As pessoas não se preocupam mais com o bem-estar do corpo, de se sentirem livres da forma que acharem melhor, sem seguirem modelos pré-estabelecidos. A sociedade de hoje faz com que nos preocupamos mais com a estética do corpo deixando de lado o mais importante, a tranqüilidade de sermos livre em nossas escolhas.

É assim que a autora do texto retrata o que a sociedade pensa sobre o nosso corpo. Segundo (MARZANO), o corpo tornou-se um objeto de tratamento, de manipulação e encenação. O corpo para a autora nos dias de hoje, é tratado como um objeto. A sociedade busca um corpo perfeito, usando assim milhares de meios que a tecnologia conjuntamente com o mundo capitalista nos oferece, como as academias, centros de estética, salões de beleza e etc. Ter o corpo ideal significa nos privarmos de certas coisas de fazer ou até mesmo de comer para seguir o modelo do corpo idealizado, o que podemos ver nos famosos da televisão, pessoas felizes, aceitas e de bem com a vida a partir do corpo que possuem.

Segundo a autora o corpo sempre passou por mudanças seja nos valores e nas crenças do decorrer da história da nossa sociedade. De fato, isto é verdadeiro. A sociedade de antigamente não ligava muito para a estética do corpo. Pelo contrário, a beleza das mulheres do passado, eram as mulheres que não tinham uma aparência tão “bonita”, falando nos padrões de beleza de hoje em dia, ser cheinha era sinônimo de estar bem. No caso masculino o mesmo atualmente para seguir os padrões de um corpo perfeito, tem que está submetido à academia, a exercícios contínuos de sustentação dos músculos, que dão ao homem o respeito e a segurança de si próprios, ou seja, que mostram sua virilidade e o controle de sua vida.

O modelo ideal de corpo hoje é a parte externa do mesmo. Isso acontece porque somos cercados por todos os lados, a ver ou ouvir o que propagandas, panfletos, fotos e até mesmo músicas dizem sobre o corpo perfeito que tudo tem e que pode tudo. A mídia nos faz acreditar que o modelo de corpo ideal seria aquele modelo de corpo bem escultural como vemos nas propagandas, os remédios milagrosos que diz: perca até 10 kg em um mês.

Como podemos também ver as cirurgias estéticas estão altamente acessíveis a população de classe média. Atraindo assim pessoas que por facilidade ou necessidade tem que seguir o corpo padronizado, para poderem ter lugar na sociedade. Isso realmente faz com que a população, em geral, as mulheres, “caiam” nesta propaganda e acabem comprando o produto por conta do conceito de corpo que é dado hoje em dia.

Hoje, segundo a autora, o principal inimigo para a nossa sociedade, é a gordura, a flacidez. A gordura deve ser retirada, a barriga deve ser um “tanquinho”. Ninguém quer envelhecer, usando-se os produtos anti-rugas, que em um mês de tratamento, você nota a diferença. Hoje não temos mais aquele conceito de que somos feitos para nascer, crescer, reproduzir e morrer. Hoje, o conceito seria uma vida de sermos eternamente jovens, infelizmente ligados sempre a mídia. A mídia é quem diz o que comemos, o que vestimos e o que bebemos.

Concluímos então que desde a infância somos condicionados a seguir modelos, vemos mais isso no universo feminino, por exemplo, as bonecas Barbie’s que nos dias atuais estão presente na vida de todas as menininhas do mundo inteiro, seja ela rica ou pobre. Nossas crianças só aprendem culturalmente ou materialmente o que a elas são apresentados. Por conseqüência se apresentamos músculos e magreza para elas, será isto que elas apreenderão, mas se mostrarmos um corpo inteiro, por completo, cheio de desejos, vontades, cheio de expressão e vivacidade, em fim cheio de expressividade, será isto que elas seguirão.

Então nós como educadores, mais do que nunca, devemos deixar nossas crianças livres para se descobrirem, mas, mais do que isso podemos ser mediadores no processo de conhecer o corpo não só como um padrão a seguir, ou privar movimentos, podemos auxiliar a criança a se sentir como um todo, no seu jeito imperfeito de ser, mas com sua singularidade, sua personalidade.

Bibliografia
Pensar o corpo - Maria Michela Marzano-Parisolli

Corpo e corporeidade da criança fora da escola.

Aluno autor: Francisco Leandro Lima Cruz

O que acontece com a corporeidade da criança fora da escola? Os pais estão estimulando as atividades físicas? Para responder as perguntas feitas anteriormente observei dois lugares distintos, onde se tem um numero razoável de crianças: o shopping (North Shopping) e a praia (Praia do Futuro).

Fiquei alguns minutos observando aspectos que me despertassem alguma coisa em ambos os lugares. No Shopping tinha um garoto mais ou menos 07 de idade, estava correndo e brincando de forma livre, ele era um dos mais ágeis, percorria por todo o parque com rapidez como se nunca tivesse experimentado algo parecido. Tentei observar como era esse corpo no parque. Olhei se ele estava acompanhado, e tinha uma mulher, provavelmente sua mãe, ela estava só o observando de longe. Já na praia, muitas crianças pulando, correndo de um lado para outro. Próximo à barraca em que eu estava, tinha um casal e uma criança, a mãe do menino não queria que o mesmo chegasse próximas das ondas e que não saísse da cadeira em que estava sentado. O menino não dizia nada, mas fazias expressões faciais que diziam o que ele estava sentindo, talvez raiva por esta numa praia e nem seque poder colocar os pés na areia. Próximas as nossas barracas tinham crianças se divertindo e tendo momentos de lazer com seus familiares.

Resolvi relatar as observações acima para fazer comparações entre as formas de lazer por parte das duas famílias. Não vou dizer todas as crianças, mas algumas não estão tendo momentos de lazer, atividades físicas e esportivas. Alguns pais por estarem atarefados com os afazeres diários estão tendo pouco ou quase nenhum tempo para o lazer em família.

Por conta das tecnologias as brincadeiras antigas estão sendo extintas, as crianças preferem esta á frente de um computador do que esta brincando em algum outro lugar. Voltando para os dois exemplos citados anteriormente, no shopping a mãe da criança o deixou livre para movimentar seu corpo e ter um momento de diversão com outras crianças, claro, dentro das limitações do parque.

Os espaços são pequenos e além de tudo, um local para consumo e um lazer pago. Muitos pais preferem pagar para as crianças se divertirem do que leva-las para correr, brincar em espaços abertos e gratuitos. Por exemplo: A praia é um ambiente gratuito, mas no exemplo citado anteriormente, a mãe não deixa a criança movimentar-se de forma livre. Já na outra observação a mãe não dava oportunidade ao filho para correr na praia, tomar banho de mar, fazer castelinhos na areia, enfim, a criança estava sendo isenta do lazer.

Os pais têm que incentivar os filhos fora da escola a fazerem atividades físicas, a terem diversão e um dia de descontração. Não deixar as crianças acomodarem seus corpos. “ Viver momentos no lazer também explicita superação. Se a corporeidade no lazer, por exemplo, for vivenciada pelas atividades físicas e esportivas, ela estará tentando superar seus limites, muitas vezes competindo consigo mesma, encontrando nessa ação satisfação, prazer, sensações e essas fundamentais para um corpo saudável.(Moreira)”

Observando esses corpos num todo, são crianças felizes, despreocupadas com a vida, aparentemente sem problemas. Divertem-se como se fosse o ultimo dia de suas vidas. “Entrementes, quando recordo minha existencialidade, fatalmente me deparo com o lazer, nos momentos mais prazerosos dessa vida. E é assim, declarando a vida que se vive, que quero afirmar o lazer como fundamental para o entendimento da corporeidade. (Moreira)”

Bibliografia: Corporeidade e lazer: a perda do sentimento de culpa. Wagner Wey Moreira.

terça-feira, 14 de junho de 2011

O que é psicomotricidade?

Autoras: Francisca Walderlênia Braga Lima e Natália Moreira Félix

Na gênese, a palavra “psicomotricidade” descreve separadamente que psico, vem representar a alma, espírito, intelecto; e motricidade, por definição conceitual, a propriedade que tem certas células nervosas que determinam a contração muscular, ou seja, o físico.

Historicamente a psicomotricidade era atrelada somente ao campo psicomotor, como uma prática centrada em exercícios físicos, sendo vista como uma técnica de trabalho corporal; e atualmente é concebida como estudo dos movimentos do corpo em interação com o ambiente. Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1999), “A psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, [...]”. (SBP apud SOUSA, 2004).

Nesta direção, pontuamos que a psicomotricidade consiste no campo onde o corpo tem sua origem baseada nos conhecimentos do movimento, do intelecto e do afeto, num processo contínuo de construção através das diversas interações do indivíduo com o meio e com outras pessoas, e na maneira como estes intercâmbios vão influir em nossos corpos.

Neste sentido, é pertinente ressaltar que não se refere à soma da psicologia com a motricidade, mas sim a uma condição onde o indivíduo é visto dentro de um todo e não como um conjunto de suas funções isoladas. Conforme enfatiza Meur e Staes (apud MAGALHÃES, 1994), “a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica”.

Diante de tais apontamentos, refletimos a relevância de se trabalhar desde crianças a psicomotricidade que nos é negada, ou quando muito relegada somente à aula de exercícios físicos, compelindo dessa forma a movimentos repetitivos, sobre quais não se questionam acerca das suas finalidades. Reiteramos que todo este legado da não vivência corporal contribui para a formação de corpos duros e enrijecidos que anestesia a corporeidade, e consequentemente a consciência do corpo, a consciência de si.

Diante dessa perspectiva, ressaltamos que a disciplina “Corporeidade e psicomotricidade”, possibilita um resgate dessas atividades psicomotoras, sobre qual desperta a consciência no intuito de conhecermos os nossos corpos e a maneira como nos expressamos e interagimos com nossas emoções e com as pessoas que nos cercam. “Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e socialização”. (SOUSA, 2004, p. 58).

Assim sendo, desde já é preciso estarmos atentos como futuros educadores para a importância de se trabalhar com mecanismos que envolvem o processo da psicomotricidade como prática educativa, com atividades em sala de aula providas de significados visando a integração do indivíduo com o meio e com outras pessoas. Neste sentido, pontuamos que as atividades psicomotoras auxiliam no desenvolvimento motor e intelectual das crianças, sendo corpo e mente elementos associados em sua formação.


BIBLIOGRAFIA
SOUSA, Dayse Campos de. Psicomotricidade: integração pais, criança e escola. Fortaleza. Editora Livro Técnico, 2004.

MAGALHÃES, Mª. Guilhermina B.P. A psicomotricidade na pré-escola. Fortaleza, Universo. Monografia de especialização, 1994.

Pensando o corpo

ALUNA: CARLIANE NOBRE

Em nossa sociedade ultimamente, tem-se cultuado uma forma de corpo onde as características pessoais e naturalmente imperfeitas de cada ser humano não são mais permitidas ou aceitas. Vivemos em um meio onde os homens têm que ser musculosos “sarados” como normalmente se diz hoje em dia, dispostos a ficarem com o máximo de mulheres possíveis por noite, e as mulheres tem que ser magras, mas não apenas magras, tem que ter o corpo firme, sem jamais demonstrar flacidez e impecavelmente maquiada, cabelos lisos, loiros, sem jamais “descer do salto”, até mesmo de forma literal.

Fico a pensar o porquê de nos submetermos a um modelo tão cruel e injusto só para muitas vezes, estarmos na moda, ou entrarmos em círculos de “amizades” que em nada acrescentam em nossas vidas.

Assistindo alguns vídeos na aula e Corporeidade e Psicomotricidade, fiquei pensando como nosso corpo é perfeitamente sincronizado, até mesmo com as suas imperfeições e falta de simetria, onde é justamente isso que nos atrai no outro em minha opinião, como somos capazes de desenvolver movimentos tão complexos, tão elaborados, que por vezes me causou espanto, como no caso de um vídeo específico onde uma bailarina dançava num palco do teatro, movimentos que tiraram meu fôlego, que me maravilharam de uma forma surpreendente, fiquei pensando que diante de tantos movimentos lindos como podemos nos deixar levar por conceitos tão limitados a cerca de nosso corpo, por padrões que não levam em consideração o ser que somos, como uma pessoa sem poder de escolha, refém desses padrões que quando não alcançados levam várias pessoas até mesmo tirarem suas próprias vidas.

A meu ver quanto mais trabalhamos nosso corpo, mais ele é melhorado. Conhecer nossas potencialidades e limites é de fundamental importância nesse processo de aprimoramento corporal e emocional, pois os dois andam lado a lado.

Desde crianças é comum sermos “adestrados” a sempre ficarmos quietos, se não alguém vem brigar com a gente ou seremos retirados do local. Desde cedo somos colocados em moldes de forma a agradar o meio e que vivemos sem sequer nos ser dada uma razão para tal comportamento. Somos “podados” desde a infância aprendemos a não nos expressarmos na frente das pessoas ou que temos que guardar nossas emoções e expressões para nós mesmos, jamais mostrarmos quem somos em público.

Confesso que nas aulas de corporeidade, nos momentos em que fazemos as vivências, é muito complicado ficar a vontade na hora de fazer massagem no colega ou ter algum tipo de relação que normalmente não temos com determinadas pessoas que não fazem parte do nosso “grupinho” de amigos. Mas quando me proponho a participar, a fechar os olhos – que é a parte mais complicada pra mim – sinto sensações que a muito não sentia, olhar para dentro de mim e sentir meu coração, sentir o cansaço de meu corpo, perceber onde dói mais, onde dói menos, caminhar com os olhos fechados, são momentos de muita insegurança, onde eu não estou no controle (acho é o motivo do desconforto), e que trazem um mundo completamente novo para mim.
Ao final dessas vivências, sinto que passo a conhecer um pouco mais de mim, o constrangimento já não é tanto na aula seguinte.

Outros vídeos também que assistimos nos mostravam essas questão de se mostrar da forma que somos, e um exemplo bem claro disso foram os vídeos que mostravam as crianças e os povos africanos. A espontaneidade das crianças em soltar o seu corpo, sem temer o que dirão ou a forma com que olham para elas. Os africanos em demonstrar tudo aquilo que sentem através de seu corpo com movimentos que por vezes achamos não terem sentido, mas que para eles é uma forma cotidiana de expressão, de confraternização de agradecimento e até mesmo de tristeza.

Condicionamos nosso corpo a movimentos repetitivos sem jamais nos preocuparmos com o efeito que esses movimentos fazem ao nosso corpo a médio e longo prazo. Como usamos nosso corpo no nosso dia a dia? Será que realmente tomamos tempo em conhecer o que nosso corpo nos diz? Qual o ritmo do nosso corpo?

Essas questões nos levam a níveis constantemente esquecidos durante o dia, sendo nosso corpo instrumento de trabalho, de manifestações, de emoções onde externamos tudo aquilo que acontece conosco, ou mesmo sem externarmos por vontade própria nossa, ele se encarrega de avisar aos outros e a nós mesmos aquilo que está a nos acometer, se faz necessário que repensemos nossa conduta no que diz respeito a ele, ao seu ritmo.

A música tem um poder incrível sobre nós, uma batida, um som, faz com que sintamos o desejo de falar através de movimentos corporais, faz com descarreguemos toda a tensão antes acumulada, nos da leveza, faz com tudo fique mais fácil, abre nossa mente pra um horizonte onde pensamos jamais existir.

No tempo em que brincávamos...

ALUNAS: CARLIANE NOBRE e IVA CORRÊIA


É comum durante a vida adulta nos esquecer de como brincávamos em nossa infância, quais as brincadeiras que mais gostávamos? Com quais amigos realizávamos essas brincadeiras? Como estamos hoje, temos nosso momento de lazer? Damos a devida importância a esses momentos? Num passado nem tão distante, as crianças tinham que produzir seus próprios brinquedos, criar brincadeiras onde a única ferramenta era a própria imaginação e muitas vezes as próprias ferramentas de trabalho eram também os brinquedos.

Em mundo onde tudo está logo ali ao alcance, onde a internet diminuiu todas as distâncias, sejam entre pessoas, sejam entre lugares, precisamos nos perguntar até que ponto tudo isso é benéfico e construtivo para nós e para nossos filhos. De que forma está sendo construídos relações e diálogos, e se estamos, será que são duradouros e realmente construtivos.

Convidamos você a puxar na memória todos aqueles momentos gostosos que você passou ao lado de seus colegas, construindo carrinhos de madeira, muitas vezes feitos do próprio cabo da vassoura, ou então, bonecas que às vezes eram pacotes de arroz ou de feijão, onde a comida era feita de barro e os casamentos não tinham problemas, onde a primeira atividade assim que começavam as férias era subir numa árvore bem alta, ou empinar pipa no meio da rua, jogar bola, entre tantas outras.

Diversão sem culpa sabendo que faz parte de nossas vidas e que estamos enferrujados nessa área, vamos nos mexer com as brincadeiras que viram a seguir, veja qual é a sua predileta, com qual você brincou mais, será que tem alguma que você não conhece, e se tem veja como ela é brincada e faça você também as modificações para torná-la ainda mais divertida com sua família e amigos.

Vejamos então algumas brincadeiras que fizeram parte da infância de nossos avós como também das nossas.

Pião:
Muito comum entre os meninos, essa brincadeira consistia em enrolar um cordão em volta do pião e arremessá-lo rapidamente ao chão desenrolando o cordão fazendo com que o pião rodopiasse o mais rápido e demorado possível, ganhava o pião que ficasse mais tempo rodopiando.
Outra variação dessa brincadeira, essa mais atual, era o chamado “quila”, onde os meninos faziam um alvo no chão, quem acertasse mais próximo do centro do alvo começava outra etapa onde o jogador que não acertou o centro do alvo deita o seu
pião, e o que acertou lança o seu, e este ainda rodopiando o jogador o pega com a mão e acerta o pião deitado de forma que este ultrapasse uma linha anteriormente desenhada no chão.


Batata quente:
As pessoas ficam em círculo e alguém fica de fora. Passem uma bola bem rápida de mão em mão e quem estiver fora diz: “batata quente, quente, quente, …, queimou!”, em quem a bola parar no queimou é eliminado.
Escravos de Jó:
Duas pessoas cantam a música (escravos de jó, jogavam caxangá, tira, põe, deixa ficar, guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue zá). Cada um com uma pedrinha ou um bombom na mão e vai seguindo o que diz a música

Roda:
Geralmente as meninas brincavam mais dessa brincadeira, onde se formava uma roda e de mãos dadas, cantavam cantigas antigas, como pau no gato (atirei o pau no gato-to, mas o gato-to não morreu-reu-reu,dona chica-ca admirou-se-se com o ber-ro com o ber-ro que o gato deu - MIAU) ciranda-cirandinha (ciranda cirandinha vamos todos cirandar vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar), a canoa virou ( a canoa virou, quem ela virar foi por causa de fulano que não soube remar) pirulito que bate bate (pirulito que bate-bate pirulito que já bateu quem gosta de mim é ela quem gosta dela sou eu), se esta rua fosse minha (se essa rua se essa fosse minha eu mandava eu mandava ladrilhar com pedrinhas com pedrinhas de brilhante só pro meu só pro meu amor passar).

Amarelinha: faça um risco no chão e numere de 1 a 10, no ultimo faça um arco representando o céu. Pule com um pé só dentro de cada quadrado, sem errar.


Conclusão
Buscar o conhecimento tanto das pessoas como de nós mesmos, nos leva a conhecer quais as necessidades do nosso corpo, começamos a entender que nos proporcionar momentos de lazer, conhecimento corporal e emocional não deve ser um ato que nos traga sentimento de culpa. Devido a nossa rotina constantemente sufocante, nos acostumamos a achar que o lazer em nossas vidas é perfeitamente dispensável, e com isso chegamos a níveis de estresse preocupantes hoje em dia. É pensando nessa questão que precisamos resgatar todos os momentos bons que fizeram parte de nossa infância, e mais, precisamos trazer para nossa vida momentos tão gostosos onde pudemos ser quem somos, e entender que esses momentos nos fazem pessoas melhores a cada dia.

Fontes:
Brincareserfeliz.blogspot.com
www.brasilescola.com.
Jussara Barros
Gabriela Cabral
(Equipe Brasil Escola)