sábado, 30 de abril de 2011

Corpo e Cultura

Alunas: Isabelle Fontenele Mesquita e Tamyres Almeida Vieira
Professora: Carol Costa Bernardo

Muitas vezes o corpo é observado apenas de forma externa, não existindo nesses casos a oportunidade de se compreender os seus detalhes e entender as suas características e os seus valores. Existe um desafio e ao mesmo tempo uma necessidade em pensarmos que o corpo é algo produzido pela cultura.

Tivemos a oportunidade de realizar uma pesquisa de campo, encaminhada pela professora Carol Costa, nesta disciplina Corporeidade e Psicomotricidade na Educação, para observarmos e compreendermos melhor o comportamento e as atitudes de diversos corpos a partir de um determinado ponto na universidade em que estudamos, esse ponto foi a pracinha.

Chegamos por volta das 18:00h, alguns estudantes estavam indo embora e muitos estavam chegando. Na praça, muitos estudantes permanecem por um longo tempo, alguns estudam sozinhos, outros namoram, outros em grupos de amigos, outros esperam, enfim, a todo o tempo eles estão em movimento.

Além disso, por lá também circulam pessoas de fora, que aproveitam o espaço da UECE para fazer caminhada e passar um tempo. Também passam por lá os estudantes do cursinho EFIVEST e, como não poderiam faltar; os animais, principalmente os gatos, de tudo que é raça e cor, sempre dormindo, brincando ou correndo. O movimento de carros passando pela rotatória da praça também é intenso, seja saindo ou entrando na universidade.

Por volta das 19:30h muitos estudantes ainda estão chegando, a maioria atrasados, uns vindo diretamente do local de trabalho, ainda de farda, outros passam com muita pressa, outros falam ao telefone ou conversam com um ou dois amigos, de todo jeito vão chegando e saindo.

Na praça, mesmo depois do horário da aula da noite, muita gente ainda permanece, alguns porque saíram mais cedo, outros porque não tiveram aula e ainda tem os grupos de 1º semestre, que sempre andam juntos.
A partir das 20:00h muita gente começa a ir embora, ainda tem gente chegando, mas o fluxo de pessoas diminui um pouco, foi quando paramos a observação e fomos embora.

Observar as pessoas e o ambiente dessa maneira, com a intenção de entender melhor o comportamento dos nossos corpos e refletir sobre determinadas conclusões que tiramos a respeito de tudo e de todos, foi para nós, uma experiência inédita, apesar de simples.
Para Goellner (2007), o corpo não é apenas um corpo, é mais do que um conjunto de músculos e ossos, ele é o conjunto, é a roupa, os acessórios, os sentidos, não apenas as semelhanças biológicas que o definem, mas, também os significados culturais que a ele se atribuem. Falar do corpo é falar da nossa identidade.

O corpo que temos, vivemos e sentimos, uns com mais valores, outros que já perderam a importância, representações de beleza, saúde, doença, vida e juventude incorporaram outros contornos e produziram outros corpos.

Com essa observação e com os estudos que já realizamos sobre a relação entre o corpo e a cultura, podemos concluir que apesar de existirem infinitas características e comportamentos diferentes entre os corpos, podemos entender que o corpo é construído pela cultura e que ele tem a capacidade de modificar o ambiente e o comportamento de outros corpos que se aproximam.

Observar dessa maneira as pessoas e o ambiente produz uma maior reflexão e entendimento a respeito de nós mesmos, diferentemente dos nossos dias comuns, em que presenciamos tudo isso e não damos atenção.