terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Brincar é prazer

Alunos: Francisco Marcelo Padilha Holanda e  Jozafar Gomes Coelho Filho




Ao longo dos tempos, o corpo foi concebido de várias formas influenciado por diferentes ideologias. A ciência elaborou visões de corpos com base nos valores da sociedade capitalista. O estudo sobre corporeidade até então foi isolado, fragmentado decorrente das concepções dominantes nos meios acadêmicos. Era necessário valorizar um corpo produtivo, máquina capaz de suprir todas as necessidades de consumo vigentes. Não havia espaço para a visão de um corpo que pudesse desfrutar do lazer, a fim de enriquecer suas características inatas. O corpo deveria ser adestrado para o trabalho, uma profissão. Ele deveria se especializar para que pudesse obter um maior rendimento na escala de produção. 

No intuito de opor-se à realidade constituída, foram elaborados estudos que buscaram analisar o corpo como sujeito existencial. Através da sua existência, este corpo buscaria sempre a sua superação, almejando a qualidade de vida. É óbvio que para se alcançar qualidade de vida, os valores de competição e lucro tão presentes numa sociedade de consumo, deveriam ser extirpados pelos ideais de cooperação e solidariedade. Isso de fato ainda não aconteceu, pois não houve uma conscientização das pessoas e assimilação de novos conceitos contrários aos dominantes.

O lazer é uma das atividades capazes de potencializar as habilidades do corpo. No nosso momento de ócio, deixamos a imaginação fluir, somos capazes de reinventar situações já vivenciadas. A noção de tempo desaparece enquanto desenvolvemos uma atividade prazerosa. A nossa corporeidade necessita de mais momentos de lazer, o estresse do dia-a-dia acaba atrofiando nossas capacidades ou automatizado habilidades que poderiam ser otimizadas. O sentimento de culpa ao participar de tais atividades deve ser abolido, pois não só de trabalho vive o ser humano.

A importância do brincar é fundamental em qualquer atividade que as crianças possam desenvolver. Sendo uma atividade espontânea, livre de constrangimentos torna-se prazerosa. É uma forma de aprendizagem. A brincadeira é uma atividade humana na qual as crianças assimilam e recriam as experiências sócio-cultural dos adultos. Através das brincadeiras as crianças dão sentido ao seu mundo, aguçam a criatividade, desenvolvem habilidades motoras. Exteriorizam sentimentos, provocam mudanças interiores através da resignificação dos objetos que utilizam.

Segundo Vigotsky (1948), é na brincadeira que a criança se comporta além do comportamento habitual de sua idade, além de seu comportamento diário. A criança vivencia uma experiência no brinquedo como se ela fosse maior do que é na realidade.

Ressalta-se que quando a criança foi privada de participar de atividades lúdicas, isso acarretará transtornos psicológicos, traumas que dificultarão seu pleno desenvolvimento na vida adulta e interação com outras pessoas na sociedade.





MALUF, Angela Cristina Munhoz. Brincar: prazer e aprendizado. 4 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.

MOREIRA, W. W. Corporeidade e Lazer: a perda do sentimento de culpa. R.bras.Ci.e.Mov.2003; 11(3): 85-90.

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