terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Você vive da aparência?

Alunas: Mylena de Sousa Cavalcante Moura e Geórgia Antônia Gomes Maciel




Observamos que ao longo do tempo a febre da superficialidade vem se agravando em proporções extremas. Características externas são o suficiente para distinguir um individuo de outro, o que nos faz perceber o quanto a sociedade está dominada pelo julgamento da aparência como uma forma de identificar e classificar o corpo, fazendo assim de maneira errônea o uso da linguagem que cada corpo possui. 

Essa mesma linguagem nos faz perceber que o corpo não é imutável e vem se transformando de acordo com o tempo, contudo, essa transformação não está se dando de maneira natural e espontânea, pois foi imposto a sociedade um culto ao belo, principalmente no que se trata do corpo feminino. A mulher em sua maioria comandada pela ditadura da beleza é movida a está em uma eterna busca pela beleza perfeita através de uma vaidade excessiva. 

Com efeito, isso faz com que a mulher, segundo Miguel Vale de Almeida (2004), não conheça mais seu corpo muito menos se conheça como corpo. Nessa sociedade onde o carro chefe está ligado a produção e logo ao consumo, transformou esse busca incessante pelo belo em um grande mercado lucrativo tendo a mídia como principal agente indutor dessa empreitada. 

O autor por meio de suas observações nos mostra o quanto estamos nos construindo através de uma mistura de organismo e máquina, tornando nossos corpos cada vez mais artificializados e padronizados. O que explica o culto a juventude e a saúde, porem como vemos há uma grande contradição nessa ligação. 

Tomamos como exemplo a velhice, transformado em um estado estigmatizado sendo considerado uma decadência corporal levando o corpo social a mergulhar de “corpo e alma”(IDEM), nas cirurgias plásticas objetivando achar na aparência um ideal de vida perfeita, e até mesmo saudável, sendo somente dessa forma que encontraremos uma satisfação com e como corpo. Toda via, vale lembrar que essa objetivação não surge de nossa particularidade e sim desse comercio da aparência. 

No que diz respeito ao nosso mural as primeiras imagens nos remetem a um corpo feminino marcado pela busca da “perfeição”, nos traz também um sentimento de artificialidade da imagem da mulher. A primeira ilustração exemplifica o que talvez muitos indivíduos sintam com relação ao seu corpo e a si mesmos, como se vivessem por baixo de uma capa, como se o corpo não correspondesse ao que em seu íntimo verdadeiramente são. 

Estão presos a uma carapuça imposta pela sociedade capitalista que vende a beleza como um artigo de sobrevivência em tempos de modernidade, onde o que realmente importa é a aparência, a competência e a produtividade do corpo. 

A valorização do padrão de magreza tem levado muitas pessoas, na maioria mulheres e jovens a recorrer cada vez mais às intervenções cirúrgicas e procedimentos estéticos a fim de obter um corpo de acordo com os padrões estabelecidos, sem considerar os riscos à saúde, levados por estímulos midiáticos que ressaltam a importância da beleza e da juventude. “Felizmente” algumas empresas passam mensagens distintas da maioria, como o caso das duas últimas imagens que mostram mulheres fora dos padrões sociais vigentes. 

As imagens foram veiculadas a uma campanha publicitária de uma empresa de cosméticos mundialmente conhecida, na qual quebrou paradigmas ao utilizar pessoas comuns, não “modelos” para ilustrar sua campanha. Na primeira imagem, remetida dessa campanha, vemos mulheres que apesar de não corresponderem ao padrão, sentem-se belas e seguras de seus corpos, se são altas, baixas, magras ou acima do peso, negras, brancas e mestiças, pouco importa, são apenas características únicas que cada uma possui e que às distingue dos padrões. Mesmo sendo uma propaganda que vai na contramão de muitas outras que costumamos ver, a essência de todas é a mesma, vender seus produtos para mulheres aparentemente seguras se sentirem mais seguras. 

Na última imagem quando nos questionamos qual adjetivo devemos colocar para aquela mulher, não conseguimos ver de imediato suas rugas. Aqueles traços em seu rosto parecem na verdade nos contar histórias, nos faz imaginar quantas experiências ela passou, se boas ou ruins, mas o que nos contagia é seu belo sorriso, sincero e encantador. Nosso intuito em expor essa imagem seria coloca-la em contraste com as demais, pois em tempos de botox e outros artifícios para se modificar o que o tempo traz através dos anos, é de se admirar a beleza de uma mulher plena em sua idade e livre destes artifícios percebendo que ela pode sim ser atraente. 

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