terça-feira, 28 de junho de 2011

Corpo e corporeidade da criança fora da escola.

Aluno autor: Francisco Leandro Lima Cruz

O que acontece com a corporeidade da criança fora da escola? Os pais estão estimulando as atividades físicas? Para responder as perguntas feitas anteriormente observei dois lugares distintos, onde se tem um numero razoável de crianças: o shopping (North Shopping) e a praia (Praia do Futuro).

Fiquei alguns minutos observando aspectos que me despertassem alguma coisa em ambos os lugares. No Shopping tinha um garoto mais ou menos 07 de idade, estava correndo e brincando de forma livre, ele era um dos mais ágeis, percorria por todo o parque com rapidez como se nunca tivesse experimentado algo parecido. Tentei observar como era esse corpo no parque. Olhei se ele estava acompanhado, e tinha uma mulher, provavelmente sua mãe, ela estava só o observando de longe. Já na praia, muitas crianças pulando, correndo de um lado para outro. Próximo à barraca em que eu estava, tinha um casal e uma criança, a mãe do menino não queria que o mesmo chegasse próximas das ondas e que não saísse da cadeira em que estava sentado. O menino não dizia nada, mas fazias expressões faciais que diziam o que ele estava sentindo, talvez raiva por esta numa praia e nem seque poder colocar os pés na areia. Próximas as nossas barracas tinham crianças se divertindo e tendo momentos de lazer com seus familiares.

Resolvi relatar as observações acima para fazer comparações entre as formas de lazer por parte das duas famílias. Não vou dizer todas as crianças, mas algumas não estão tendo momentos de lazer, atividades físicas e esportivas. Alguns pais por estarem atarefados com os afazeres diários estão tendo pouco ou quase nenhum tempo para o lazer em família.

Por conta das tecnologias as brincadeiras antigas estão sendo extintas, as crianças preferem esta á frente de um computador do que esta brincando em algum outro lugar. Voltando para os dois exemplos citados anteriormente, no shopping a mãe da criança o deixou livre para movimentar seu corpo e ter um momento de diversão com outras crianças, claro, dentro das limitações do parque.

Os espaços são pequenos e além de tudo, um local para consumo e um lazer pago. Muitos pais preferem pagar para as crianças se divertirem do que leva-las para correr, brincar em espaços abertos e gratuitos. Por exemplo: A praia é um ambiente gratuito, mas no exemplo citado anteriormente, a mãe não deixa a criança movimentar-se de forma livre. Já na outra observação a mãe não dava oportunidade ao filho para correr na praia, tomar banho de mar, fazer castelinhos na areia, enfim, a criança estava sendo isenta do lazer.

Os pais têm que incentivar os filhos fora da escola a fazerem atividades físicas, a terem diversão e um dia de descontração. Não deixar as crianças acomodarem seus corpos. “ Viver momentos no lazer também explicita superação. Se a corporeidade no lazer, por exemplo, for vivenciada pelas atividades físicas e esportivas, ela estará tentando superar seus limites, muitas vezes competindo consigo mesma, encontrando nessa ação satisfação, prazer, sensações e essas fundamentais para um corpo saudável.(Moreira)”

Observando esses corpos num todo, são crianças felizes, despreocupadas com a vida, aparentemente sem problemas. Divertem-se como se fosse o ultimo dia de suas vidas. “Entrementes, quando recordo minha existencialidade, fatalmente me deparo com o lazer, nos momentos mais prazerosos dessa vida. E é assim, declarando a vida que se vive, que quero afirmar o lazer como fundamental para o entendimento da corporeidade. (Moreira)”

Bibliografia: Corporeidade e lazer: a perda do sentimento de culpa. Wagner Wey Moreira.

3 comentários:

  1. Realmente , é preciso pensar a psicomotriciade em todos os lugares. Na verdade nao somente pensar , mas como também viver.

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  2. Não há como ver uma criança que não gosta de brincar e ver normalidade. A brincadeira é fundamental no desenvolvimento fisico e mental do individuo. Lembro-me de minha infancia, e da escola que estudei. Ficava a mais ou menos 06KM de casa. No percurso não faltava aventura(brincadeira).Na volta para casa era uma festa:...corria, subia e descia barreiras nas encostas de lagoas, inclusive me banhava também algumas vezes nestas fazendo bons saltos, pendurava em galhos, ficava de ponta-cabeça em alguns...sei que com isto adquiri confiança em meu corpo e em meus movimentos, noção de espaço, sem dúvidas aprendi muito com minhas brincadeiras.
    Gostei do texto.

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  3. Ótimas observações Leandro, mas até mesmo numa festa onde o critério é a descontração notamos pais com um controle excessivo para com os filhos que os sufoca e também deixam-nos um alerta: Devemos proibir menos e orientar mais os pequeninos para que o sedentarismo e posteriormente algo mais sério não comprometam o seu desenvolvimento e a sua psicomotricidade em geral!

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