terça-feira, 18 de outubro de 2011

Corpo e dança: reflexões sobre educação


Alunas: Ana Keilla Conceição de Oliveira e  Keysianne Gondim Costa

Quando pensamos em nosso corpo, imaginamos algo separado de nossa mente e de nossa história. Fomos habituados a deixar os discursos externos ao nosso corpo, moldar o que devemos ser e aprisionar nossas emoções, nos fazendo esquecer nossas experiências. Nossa sociedade nos educa através de uma cultura de imobilidade, talvez nem saibamos de todas as possibilidades que o nosso corpo pode ter.

Através da dança, é possível haver uma reeducação deste corpo. É através dela que podemos aprofundar o conhecimento e o sentimento da história dele. Dançar com os sentidos e pensamentos aguçados, trará uma maior consciência dos nossos ossos, dos nossos músculos, de suas articulações e da relação entre eles e nossa pele. Podemos vivenciar nossa coordenação, qualificar nossa força, respirar melhor e aceitar nosso próprio corpo, pois não podemos fugir dele.

Quando aceitamos nosso corpo e deixamos ele se manifestar como um todo, organicamente, psicologicamente e afetivamente, mudamos nossa relação com o mundo e isso age de forma terapêutica em nossas vidas. Essa possibilidade de manifestação nos leva a encontrar nossos próprios fluxos de intensidade e criação artística. Criando e recriando possibilidades dentro de nós mesmos, podemos encontrar novas possibilidades de se relacionar com o mundo.

Hoje a educação de nossa sociedade engessa nossas possibilidades. Parece tarefa incansável da escola, nos transformar em reprodutores de idéias. Nossa mobilidade, nossa criação e nossos sentimentos, são controlados de maneira que não podemos nos expressar.

Como educadores, podemos utilizar a transversalidade da dança, da terapia e da educação para potencializar essas possibilidades artísticas em nós e em nossos alunos. Mesmo se tratando de áreas singulares, a terapia tratando dos impedimentos psíquicos da realização da potencia humana; a arte como expressão de nossas emoções e a educação como interiorização do conhecimento da humanidade; podemos encontrar pontos de encontro e recriação de um novo tipo de sensibilidade e atitude pedagógica.
Reeducar é realizar a difícil tarefa de deixar o outro aprender, despertando o sentido da ação germinadora. É permitir, com seus próprios recursos e empenho, metamorfoseie muralhas em portas, só aí o sentido generoso da educação se revela.”



Referência
MARZANO, Maria Michela. Pensar o corpo. Petrópolis, RJ: 2004. (p.23 – 44)

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