Alunas: Ana Keilla Conceição de Oliveira e Keysianne Gondim Costa
Quando pensamos
em nosso corpo, imaginamos algo separado de nossa mente e de nossa história.
Fomos habituados a deixar os discursos externos ao nosso corpo, moldar o que
devemos ser e aprisionar nossas emoções, nos fazendo esquecer nossas
experiências. Nossa sociedade nos educa através de uma cultura de imobilidade,
talvez nem saibamos de todas as possibilidades que o nosso corpo pode ter.
Através da
dança, é possível haver uma reeducação deste corpo. É através dela que podemos
aprofundar o conhecimento e o sentimento da história dele. Dançar com os
sentidos e pensamentos aguçados, trará uma maior consciência dos nossos ossos,
dos nossos músculos, de suas articulações e da relação entre eles e nossa pele.
Podemos vivenciar nossa coordenação, qualificar nossa força, respirar melhor e
aceitar nosso próprio corpo, pois não podemos fugir dele.
Quando aceitamos
nosso corpo e deixamos ele se manifestar como um todo, organicamente,
psicologicamente e afetivamente, mudamos nossa relação com o mundo e isso age
de forma terapêutica em nossas vidas. Essa possibilidade de manifestação nos
leva a encontrar nossos próprios fluxos de intensidade e criação artística.
Criando e recriando possibilidades dentro de nós mesmos, podemos encontrar
novas possibilidades de se relacionar com o mundo.
Hoje a educação
de nossa sociedade engessa nossas possibilidades. Parece tarefa incansável da
escola, nos transformar em reprodutores de idéias. Nossa mobilidade, nossa
criação e nossos sentimentos, são controlados de maneira que não podemos nos
expressar.
Como educadores,
podemos utilizar a transversalidade da dança, da terapia e da educação para
potencializar essas possibilidades artísticas em nós e em nossos alunos. Mesmo
se tratando de áreas singulares, a terapia tratando dos impedimentos psíquicos
da realização da potencia humana; a arte como expressão de nossas emoções e a
educação como interiorização do conhecimento da humanidade; podemos encontrar
pontos de encontro e recriação de um novo tipo de sensibilidade e atitude
pedagógica.
“Reeducar é realizar a difícil
tarefa de deixar o outro aprender, despertando o sentido da ação germinadora. É
permitir, com seus próprios recursos e empenho, metamorfoseie muralhas em
portas, só aí o sentido generoso da educação se revela.”
Referência
MARZANO, Maria Michela. Pensar o
corpo. Petrópolis, RJ: 2004. (p.23 – 44)
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