terça-feira, 18 de outubro de 2011

Quem somos? Quem o outro é?

Alunas: Nívea da Silva Sales e Rita de Cássia da Silveira 



 Somos um corpo que está em constante busca pelo autoconhecimento. Um corpo que busca aparências e ao mesmo tempo foge dela, quando nos percebemos como um corpo que sente, um corpo que ri, que chora, que vive! 

Conhecer o corpo, é descobrir que corpo somos e nos debruçar sobre ele enquanto indivíduo, é perceber que está além do físico, da matéria, pois esse corpo possui uma alma, uma personalidade, uma forma própria. O melhor modelo que podemos usar como metáfora para a compreensão do corpo é a pupa da borboleta, que não é exatamente a própria borboleta, mas sim a sua forma de existência temporária. Enquanto está dentro do casulo, a borboleta é a crisálida, porque vive nela e através dela, embora aquela forma larval nada tenha a ver com o inseto colorido que alegra os jardins, voando de flor em flor em busca do néctar. 

Ou seja, associando a ideia de quando o inseto sai do casulo, percebemos que o corpo é uma forma de existência temporária, onde temos de passar por experiências sob forte pressão existencial, e são as próprias necessidades básicas e fisiológicas para a conservação do corpo que definem grande parte de nossa existência, que gira em torno da manutenção dessa forma biológica frágil e instável. 

São poucas as pessoas que percebem como é fútil a construção de tantas vaidades e ambições numa base existencial tão vulnerável e transitória. Precisamos ser além de meros sinais diacríticos, pois são sinais que "estabelecem uma diferença de sentido e significado, apesar de serem, em si mesmos, desprovidos de sentido ou significado.” (ALMEIDA, 1996). Precisamos romper com as barreiras sociais que não nos permitem conhecer o nosso próprio corpo, nem o corpo do outro e acabamos criando um muro que não nos deixa enxergar para “além das origens”. 

Através da “libertação” dos “pré-conceitos” que existem dentro de nós, vamos nos tornar mais abertos e livres para aceitação do nosso corpo, do corpo do outro, e assim, passaremos a conhecer que corpo somos, corpos esses que são “(...) o lugar de representação da própria ‘alma’.” (ALMEIDA, 1996). 

Nosso corpo é marcado pelos acontecimentos da vida, onde todos os pensamentos e sentimentos constroem esse corpo e cada ideia é uma resposta corporal. O corpo “(...) é o interface perfeito entre natureza e cultura, entre indivíduo e sociedade, entre autonomia e regulação.” (ALMEIDA, 1996). Sendo assim, o corpo passa a ser visto, também, como um produto do meio, um produto influenciável, que está em constante processo de construção. 

Não é necessário emitir sons para que ocorra a fala, porque o próprio corpo, em si, fala. “O corpo manifesta-se, faz o seu próprio manifesto. Nas doenças, nos êxtases, nas depressões, nas manipulações de que é alvo, no amor, numa mudança de sexo, numa dança, numa greve de fome. O corpo pede política e a emancipatória. Por isso, é altura de, para além do corpo que se manifesta, construir um Manifesto do Corpo.” (ALMEIDA, 1996, p. 16) 

Sendo assim, percebemos, sobretudo descobrimos, com essa reflexão, que não somos corpos isolados no tempo e espaço, mas uma unidade complexa em convivência, que precisa se manifestar para a descoberta do próprio corpo, que é construído pelo espaço vivido, mas que não pode esquecer que o SER é mais importante que o TER. 

Por saber que a nossa vida é um palco de aprendizados, precisamos adquirir a lição, prestando atenção nos sinais transmitidos pelo meio e no ritmo da natureza. Nosso corpo está em constante processo criativo, sendo uma fonte de recursos para atingirmos a nós mesmos. Então, “Que Corpo Somos?” Somos um corpo que pensa, que age, que descobre, que se esconde, que ri, que chora, que ama, que odeia, que luta, que desiste, que fala, que cala, e que, sobretudo, está em constante processo de autoconhecimento!

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