Na gênese, a palavra “psicomotricidade” descreve separadamente que psico, vem representar a alma, espírito, intelecto; e motricidade, por definição conceitual, a propriedade que tem certas células nervosas que determinam a contração muscular, ou seja, o físico.
Historicamente a psicomotricidade era atrelada somente ao campo psicomotor, como uma prática centrada em exercícios físicos, sendo vista como uma técnica de trabalho corporal; e atualmente é concebida como estudo dos movimentos do corpo em interação com o ambiente. Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade (1999), “A psicomotricidade é a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo, [...]”. (SBP apud SOUSA, 2004).
Nesta direção, pontuamos que a psicomotricidade consiste no campo onde o corpo tem sua origem baseada nos conhecimentos do movimento, do intelecto e do afeto, num processo contínuo de construção através das diversas interações do indivíduo com o meio e com outras pessoas, e na maneira como estes intercâmbios vão influir em nossos corpos.
Neste sentido, é pertinente ressaltar que não se refere à soma da psicologia com a motricidade, mas sim a uma condição onde o indivíduo é visto dentro de um todo e não como um conjunto de suas funções isoladas. Conforme enfatiza Meur e Staes (apud MAGALHÃES, 1994), “a psicomotricidade quer justamente destacar a relação existente entre a motricidade, a mente e a afetividade e facilitar a abordagem global da criança por meio de uma técnica”.
Diante de tais apontamentos, refletimos a relevância de se trabalhar desde crianças a psicomotricidade que nos é negada, ou quando muito relegada somente à aula de exercícios físicos, compelindo dessa forma a movimentos repetitivos, sobre quais não se questionam acerca das suas finalidades. Reiteramos que todo este legado da não vivência corporal contribui para a formação de corpos duros e enrijecidos que anestesia a corporeidade, e consequentemente a consciência do corpo, a consciência de si.
Diante dessa perspectiva, ressaltamos que a disciplina “Corporeidade e psicomotricidade”, possibilita um resgate dessas atividades psicomotoras, sobre qual desperta a consciência no intuito de conhecermos os nossos corpos e a maneira como nos expressamos e interagimos com nossas emoções e com as pessoas que nos cercam. “Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e socialização”. (SOUSA, 2004, p. 58).
Assim sendo, desde já é preciso estarmos atentos como futuros educadores para a importância de se trabalhar com mecanismos que envolvem o processo da psicomotricidade como prática educativa, com atividades em sala de aula providas de significados visando a integração do indivíduo com o meio e com outras pessoas. Neste sentido, pontuamos que as atividades psicomotoras auxiliam no desenvolvimento motor e intelectual das crianças, sendo corpo e mente elementos associados em sua formação.
BIBLIOGRAFIA
SOUSA, Dayse Campos de. Psicomotricidade: integração pais, criança e escola. Fortaleza. Editora Livro Técnico, 2004.
MAGALHÃES, Mª. Guilhermina B.P. A psicomotricidade na pré-escola. Fortaleza, Universo. Monografia de especialização, 1994.
Sem dúvida alguma, o nosso corpo é bastante esquecido quando estamos inseridos em uma sociedade capitalista, onde o "ter" torna-se mais importante que o "ser", a partir de então as perspectivas dos indivíduos pouco estão relacionadas com a perfeita saúde corporal, a não ser do ponto de vista fisiculturista.
ResponderExcluirConcerteza por conta do nosso dia-a-dia, não estamos com muito tempo para se dedicar ao nosso corpo. Praticar com ele, sabendo o que ele quer e o que está sentindo. Mas para entender como nosso corpo funciona e trabalhar com ele, temos que nos dar este tempo.
ResponderExcluirdeviamos sempre encontra um momento do dia para nos encontrar com nosso corpo
ResponderExcluirseria um momento muito unico...
pois iriamos saber o que o nosso crpo quer e não o que a gente quer.
infelizmente fomos educados a não nos permitir conhecer nosso corpo e quando o tentamos somos tao resistente!
ResponderExcluirAMIGAS CONCORDO COM A REFLEXÃO DE VOCÊS, DANDO ENFASE AO TRECHO EM QUE EXPÕEM A NECESSIDADE DE SE TRABALHAR A PSICOMOTRICIDADE DESDE CRIANÇA, POIS SOU VÍTMA DA AUSÊNCIA DE TRABALHOS PSICOMOTORES NA INFÂNCIA SENTIDO HOJE ALGUMAS DIFICULDADES, TAIS COMO, PROBLEMAS DE COORDENAÇÃO MOTORA.
ResponderExcluirIRINETE
Parabéns meninas pelo o artigo. Ao lê-lo me recordo das vivências que realizamos nesta disciplina, sempre tentando sicronizar o corpo e a mente.
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